Jaime Wasserman, é um personagem fundamental na produção de habitação coletiva no Brasil, sobretudo no contexto curitibano e paranaense. Iniciou sua trajetória como construtor de casas, porém o período do BNH (Banco Nacional de Habitação) significou para Wasserman a “oportunidade de construir prédios”.[1]. De origem romeno-judaica, nasceu em 7 de fevereiro de 1924 em Montevideo, mas passou a viver em Curitiba a partir dos 4 anos de idade. Formado em engenharia civil pela Universidade do Paraná em 1947 e em arquitetura e urbanismo (1965) pela mesma instituição, foi contemporâneo de Rubens Meister, Romeu Paulo da Costa, Henrique Panek, Jaime Lerner, entre outros.
Wasserman se tornou um dos maiores empreendedores de conjuntos habitacionais do Paraná. Suas obras, projetadas em grande parte com a coautoria de Salomão Figlarz, são singulares e reconhecíveis na paisagem urbana das cidades de Curitiba, Ponta Grossa, Maringá, Cambé e São Paulo. Muitas destas obras permanecem íntegras, tendo sido legitimadas pelo tempo e pela boa apropriação dos seus habitantes. Suas contribuições, tanto na formulação de processos construtivos inovadores para habitação coletiva, bem como na construção da paisagem urbana das cidades onde atuou, são inestimáveis.
Seu legado nos faz refletir sobre a importância do projeto e da técnica na proposição de uma arquitetura para o mercado, onde constatamos que mesmo submetida a inúmeros empecilhos e restrições existe margem para boa arquitetura. Para Wasserman, o espaço arquitetônico era pensado a partir dos processos construtivos e na integridade dos materiais. Suas obras são relevantes porque foram bem construídas e proporcionadas, onde houve uma reflexão atenta e sensível sobre precedentes internacionais do habitat mínimo, apoiada em pensamento lógico, construtivo, e, sobretudo, ético.
Texto por Alexandre Ruiz Rosa - 2023